domingo, 21 de julho de 2013

A DIETA SGSC - CLAUDIA MARCELINO

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SOBRE A DIETA SGSC - DIRETO DO BLOG DA CLAUDIA MARCELINO 


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PERGUNTAS MAIS FREQUENTES
 
- Por que fazer esta dieta? O que podemos esperar?
 
R - Não estamos falando de cura. Muitos pais acreditam quando dizemos que seu filho vai melhorar, imaginam que em 8 meses seu filho estará com um desenvolvimento típico, igual ao das demais crianças. Isto é fantasia e em nenhum momento digo ou quero passar isso.

Da mesma forma que recomenda-se medicações para controlar sintomas, uma dieta é recomendada: é mais uma ferramenta de controle da exacerbação dos comportamentos autísticos sem o inconveniente de efeitos colaterais.
 
Com a dieta você dá chances da força natural da vida recuperar caminhos no cérebro, além de proporcionar um bem estar físico geral através de uma nutrição adequada. Com isto, sintomas como: agitação, hiperatividade, falta de concentração, falta de tolerância sensorial, estereotipias, irritação... e sintomas físicos como diarréias, constipação, má digestão, refluxo, dores abdominais, alergias e doenças frequentes podem ser amplamente minimizados e até mesmo extintos.
 
Como uma dieta pode ajudar no autismo? Não entendo como a alimentação vai mudar ou ajudar no comportamento do meu filho!
 
R - Os pais relatam mudanças positivas na saúde e no comportamento quando aplicam uma dieta especial que envolve a remoção de alimentos ofencivos e reforçamento com alimentos nutritivos. Eles estão percebendo que podem ajudar a saúde de seus filhos através dessas omissões e acréscimos calculados da dieta. Como são os pais que determinam o que os filhos comem, a implementação de uma dieta é um passo importante que habilita os pais a ajudar a sua criança se sentir melhor, reduzir seus sintomas de autismo, e ajudá-los a exercer seu pleno potencial. Estas são algumas descobertas em relação a nutrição, dieta e autismo, encontradas nos estudos reproduzidos nesta página:

◦ As crianças com autismo têm problemas com certos alimentos que afetam seus sintomas comportamentais, cognitivos e físicos. 1, 3, 5

◦ A alimentação tem um efeito direto sobre o intestino, a inflamação intestinal e capacidade digestiva - que por sua vez afeta a função do cérebro e da fisiologia. 2, 4,

◦ Deficiências nutricionais são problemas comuns no autismo.6, 7, 8

◦ Problemas no intestino e função insuficiente das enzimas digestivas são comuns.9

◦ A digestão, desintoxicação e função imunológica são frequentemente afetadas com o autismo. Fungo e levedura é comum. A intervenção dietética influencia esses sistemas desordenados vistos no autismo.

◦ O intestino é considerado o "segundo cérebro" e a "conexão cérebro-intestino" foi estudada no autismo.10 A cura do intestino influencia positivamente o cérebro.

◦ Resolver problemas digestivos e gastrintestinais melhora a absorção de nutrientes. Como o estado nutricional melhora, os sistemas metabólicos funcionam melhor - incluindo o cérebro.
◦ A remoção de alimentos contendo toxinas (tais como os aditivos artificiais) que afetam negativamente a química do cérebro libera uma carga sobre o sistema de desintoxicação do fígado melhorando a função cerebral e o comportamento.11

◦ Evitando alimentos inflamatórios (glúten, caseína, e outros) apoiamos os sistemas imunológico e digestivo.
 
Quando você compreender o quanto a alimentação ajuda, é fácil entender porque a maioria das pessoas autistas se beneficiam de uma dieta! A Autism Research Institute (ARI) pesquisou com milhares de pais e descobriu que 69% dos que se candidatam a dieta isenta de glúten e sem caseína vêem melhora. Os pais relatam melhorias no contato visual, linguagem, atenção, diarréia, constipação, sono, hiperatividade, e muito mais.
 
Mas essa dieta não dá muito trabalho?
 
R - Enquanto a mudança para uma "intervenção dietética" pode parecer um sacrifício, com informação e determinação, até mesmo as mamães mais ocupadas podem fazê-la funcionar. 

Como a criança se sente melhor, os pais muitas vezes têm mais tempo de qualidade com seus filhos e cozinhar se torna mais agradável.
 
Esta dieta não é muito cara?
 
R - Refeições nutritivas não precisam custar uma fortuna. Embora alimentos integrais e de qualidade envolvem ingredientes mais caros, você está comprando menos alimentos processados e supérfluos que são caros. Sem contar com a conta da farmácia que será infinitamente reduzida. Uma coisa acaba compensando a outra.
 
A dieta pode substituir as medicações?
 
R - Depende muito da criança e do seu comprometimento com o autismo. Há casos em que a criança começa a se utilizar da dieta desde muito cedo e não há a necessidade de iniciar qualquer medicamento. Em outros casos isto já não é possível.

Há casos de crianças onde seus neuros e psiquiatras começam a perceber que a medicação pode ser diminuída e em casos como o do meu filho, é possível a completa retirada.

O autismo de meu filho é muito leve. Ele é uma ótima criança e seu comprometimento é muito pequeno. A dieta é recomendada para todos os autistas?

 
R - A resposta é sim pelo simples fato de seu filho ser autista ou ter recebido um diagnóstico de transtorno invasivo do desenvolvimento. Este diagnóstico não te dá o poder de saber como será o desenvolvimento de seu filho e como ele estará daqui a 10, 20 anos. Da mesma forma que outras intervenções podem ajudá-los, estas mesmas intervenções podem não ser suficientes e os sintomas irem piorando com o tempo.
 
- Por que a soja não é recomendada para a dieta de autistas?
 
R - Leite de soja não tem caseína, a proteína do leite animal que deve ser evitada pelas diversas razões que estão expostas no meu livro. Então a princípio estaria liberado.
 
Só que a soja tem alguns agravantes:
 
1º É um alimento naturalmente rico em glutamato que atua como um neurotransmissor excitatório e por razões descritas no meu livro, tb deve ser evitado.
 
2º Possui uma proteína complexa e por isso altamente alergênica. Como o intestino de muitas de nossas crianças está comprometido mesmo não mostrando sintomas, é bom evitá-la o máximo possível para a criança não se tornar alérgica e perder de vez um substituto que pode socorrer nas horas do sufoco, pois são produtos facilmente encontrados. Não é recomendado trocar tudo e toda a quantidade de leite e derivados que a criança comia, por seus substitutos a base de soja. Muito provavelmente a criança desenvolverá uma reação cruzada e se tornará alérgica a soja e com isso, manter os comportamentos e sintomas que você está querendo contornar.

A criança que apresenta resultados alterados de exames IgE ou IgG para o leite ou proteína do leite, tem alta probabilidade de desenvolver alergia ou intolerância a soja quando passa a utilizá-la como alternativa ao leite.

 
3º É o produto agrícola de maior cultura geneticamente modificada no Brasil, seguramente mais de 95% da produção. Vc (vcs) sabe (sabem) o que é um alimento transgênico? É um alimento que foi manipulado com genes de outras espécies para ser mais resistente. No caso da soja, do milho e do algodão, recebem o gene do bacillus thuringiensis uma bactéria inseticida natural que age através de esporos que se multiplicam dentro dos intestinos dos insetos, danificando-os e matando-os e usada em agrotóxicos "naturais". Isto torna o grão mais resistente e diminui o número de aplicações de inseticidas nas lavouras, tornando o produto bem mais barato.

O problema é que nós estamos ingerindo estas bactérias que presumidamente, parodiando um comercial de tv, "é ruim para os insetos, só para os insetos".

Será?
 
Pra variar, não existe nenhum estudo a longo prazo tentando identificar os riscos para a saúde humana com o seu consumo a longo prazo.

Os americanos são os que consomem maior quantidade de produtos transgênicos, cerca de 65% da oferta de alimentos e a mais tempo, desde 1994. E não podemos dizer que a saúde dos americanos é uma maravilha né?!

 
4º Vocês já contaram quantos aditivos tem, por exemplo, num leite de soja do tipo ADES? Fora o extrato a água e o sal, são mais nove aditivos, toda hora, todo santo dia!! Hora bolas!!!

Se estas crianças tem problemas de desintoxicação e por isso acumulam toda sorte de toxinas no organismo piorando o seu quadro, essa inundação de produtos a base de soja só irá contribuir com isso!

 
5º Mesmo quando fazemos uma dieta com restrição da soja, muitas vezes consumimos alimentos onde a soja está presente na forma de proteína hidrolizada ou lecitina. Os alimentos industrializados estão carregados de soja.

Se quiser continuar consumindo soja, prefira os fermentados como kefir, iogurte e tofú, pois a proteína já foi quebrada e parcialmente digerida facilitando a digestão e que além disso, ainda sejam orgânicos. Nos produtos orgânicos seguramente não há trangênicos.

Para merendas e lanchinhos na escola e fora de casa, utilizem água de coco, sucos naturais e orgânicos de caixinha, ou mais barato, feito em casa.

 
- Eu até quero tentar fazer dieta com meu filho, mas antes quero fazer exames para verificar se ela é realmente necessária. Quais exames devem ser feitos?
 
R - A princípio não é necessário nenhum exame. Basta uma avaliação criteriosa e completa de um médico ou nutricionista funcional especialista em tratamento biomédico para o autismo. Esta avaliação clínica relacionando sintomas a possíveis déficits e problemas nutricionais é bastante eficiente inicialmente. Lembrando sempre que muitas vezes a criança só apresentará sintomas capazes de ser avaliados somente por profissionais experientes, passando desapercebidos pelos pais. Outras vezes, pode não haver qualquer sintoma físico, apenas sintomas comportamentais facilmente confundidos com o quadro geral de autismo, como foi o caso de meu filho.

Sob orientação médica, exames como análises de ácidos orgânicos, IgE e IgG completa a 90 alimentos, coprologia funcional detalhada, exames de peptídeos opióides e vários outros exames para medir funções metabólicas e imunológicas, são importantes e ajudam bastante no desenrolar do tratamento.

Um tratamento nutricional individualizado é extremamente efetivo como parte do tratamento multidisciplinar do autismo.

 
- Até onde vai o rigor da dieta? É total? Por que?
 
R - Sim a dieta deve ser mantida 100%. Há registros de pesquisas com a dieta em que o organismo leva no mínimo 5 meses para começar a se liberar dos depósitos de glúten do organismo. Os resultados das pesquisas da Universidade de Sunderland, mostram uma diminuição de apenas 22 a 26% da liberação de peptídeos opióides na urina de autistas com este período. Há resultados de pesquisas com celíacos onde mesmo após 7 anos de dieta isenta de glúten, os resultados de exames anti-gliadina ainda são positivos, o que indica que ainda há glúten provocando esta reação. A caseína demora cerca de 3 semanas para ser eliminada. Infrações pequenas e constantes proporcionam um depósito constante e circulante no organismo.
 
- Por quanto tempo a dieta deverá ser mantida? A vida toda?
 
R - Depende. Eu conheço todo tipo de situação: crianças que fizeram por anos e pararam, crianças que alteram a mínima quantia ingerida e precisam se manter em dieta por tempo indeterminado, crianças que após cerca de um ano, conseguem ter pequenas saídas da dieta sem alteração.

Há relatos de pais que dizem que conforme a criança vai se movimentando para fora do espectro, as suas sensibilidades alimentares vão melhorando.

 
- Meu filho é extremamente seletivo. Sua alimentação se resume a no máximo 10 ítens e tudo leva leite ou trigo. Como posso fazer essa dieta? Ele não aceita mudanças!
 
R - No meu livro tem um capítulo somente direcionado a alimentação de crianças difíceis. Talvez possa ser uma boa leitura para mães que passam por este dilema.

No capítulo tem todas as variantes de médica a comportamental, passando por sensorial que podem estar levando a criança a agir desta forma. Tem dicas excelentes também para tomar providências e redirecionar o caso. Estas crianças são as que mais precisam de ajuda e há solução.

Temos que "atacar" todos os pontos em conjunto. O 1º de todos e crucial é a preparação mental do cuidador. E aí talvez todo o livro ajude. Outro destaque importante nesses casos é que há uma teoria amplamente confirmada por relatos de pais, que é a teoria do alimento viciante. A criança só come aquilo em que está viciada. Muitos pais relatam que assim que a criança "limpa" do vício, imediatamente ela passa a ter um repertório alimentar maior.

 
Como posso ou conseguirei manter a dieta em períodos de férias?
 
R - Tem que se planejar!

Geralmente quando viajamos, fazemos uma pesquisa sobre o local, certo? Então pesquise também por lojas onde você possa comprar os produtos que necessita.

 
Leve uma boa quantidade de comidinhas na bagagem e o leite de soja em pó Isomil (já vem com a proteína parcialmente quebrada), é uma boa opção para estas ocasiões, pois diminui o volume e o peso das caixas de leite vegetal. Lembre-se que é uma situação esporádica. E logicamente, só poderá ser uma opção se seu filho não for alérgico a soja.
 
 Ao se hospedar, dê preferência por casas de aluguel, flats ou hotéis que ofereçam bangalôs com cozinha para que você tenha a liberdade de preparar as refeições que quiser.
 
Se não quiser cozinhar porque está de férias, procure por restaurantes que tenham opções de comida que não comprometam a dieta: restaurantes a quilo, churrascarias, restaurantes especializados em frutos do mar ou em comidas regionais. Dá para variar sem cansar o paladar. Logicamente pizzarias e restaurantes de massa não são boas opções para a família.
 
Sorveterias costumam ter algumas poucas opções sem leite e a maioria dos sabores são sem glúten.
 
Certifique-se sempre com o garçon que a opção pedida não leva trigo, leite e tempero pronto. Fale que você é exigente e faz muitas perguntas porque seu filho é alérgico e não pode de jeito algum consumir estes ítens. Geralmente o pessoal é bastante solícito e prestativo. Se precisar, peça para ver a cozinha e conversar com o cozinheiro.
 
Quando tento procurar informação sobre a dieta com o médico de meu filho, ele diz que é bobagem porque não há comprovação científica de que funciona e por isso é muito sacrifício e perda de tempo. Fico até sem graça de dizer que gostaria de tentar. Também fica difícil porque não tenho apoio profissional. O que eu faço?
 
R - Eu sou da opinião que se não tenho receptividade e liberdade para conversar com o médico que cuida do meu filho sobre o que estou tentando, ou gostaria de tentar para melhorar a condição dele, este médico não é o ideal para mim.

Acredito que seria muito mais decente se este médico dissesse que desconhece o tema, não tem nenhum domínio sobre a questão e portanto não acredita na sua efetividade porque não tem subsídios para formar uma opinião favorável. Que ele pode ajudar numa outra linha, de outra maneira, mas que ela tem a liberdade e o poder de procurar o profissional que ela quiser para somar esforços e tentar melhorar a situação de seu filho, já que ela acredita que pode haver mais melhoras.

 
Quando fala-se que não há comprovação científica sobre determinado método, referem-se que não há controle com dois grupos de controle e placebo comprovando o benefício do método testado.
 
Isto é muito difícil de ser feito com comida. Além do mais, os resultados comportamentais mais significativos demoram a aparecer. Estes testes com controle de grupo e placebo não costumam levar mais do que 1 mês porque mais do que isso é difícil de controlar os grupos e a pesquisa fica comprometida.
 
Mas há inúmeras pesquisas científicas publicadas em jornais e revistas científicas de todo o mundo, mostrando resultados com alguns grupos e assuntos médicos que sustentam relações comportamentais com a alimentação.
 
O site www.autismndi.com mantém uma página de referência com muitas destas pesquisas.
 
No Brasil já encontramos médicos e nutricionistas dominando o tema e aptos a nos ajudar.
Mais informações sobre a eficácia da dieta você pode encontrar neste post.

Deixo aqui também as referências dos estudos mais importantes:

 
1. Jyonouchi H, Geng L, Ruby A, Zimmerman-Bier B. Dysregulated innate immune responses in young children with autism spectrum disorders: their relationship to gastrointestinal symptoms and dietary intervention. Neuropsychobiology. 2005;51(2):77-85.
 
2. Knivsberg AM, Reichelt KL, Hoien T, Nodland M. A randomised, controlled study of dietary intervention in autistic syndromes. Nutr Neurosci. 2002 Sep;5(4):251-61.
 
3. Lucarelli S, Frediani T, Zingoni AM, Ferruzzi F, Giardini O, Quintieri F, Barbato M, D’Eufemia P, Cardi E. Food allergy and infantile autism. Panminerva Med. 1995 Sep;37(3):137-41.
 
4. Millward C, Ferriter M, Calver S, Connell-Jones G. Gluten- and casein-free diets for autistic spectrum disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2004;(2):CD003498.
 
5. Reichelt KL, Knivsberg AM. Can the pathophysiology of autism be explained by the nature of the discovered urine peptides? Nutr Neurosci. 2003 Feb;6(1):19-28.
 
6. Tapan Audhya, presentation at the Defeat Autism Now! conference, San Diego, October 2002. Audhya reported his measurements of vitamin and mineral levels in the blood of over 150 children with autism compared to 50-100 controls of the same age. He found that the children with autism on average had much lower levels of most vitamins (vitamins A, C, D, and E; all B vitamins except choline) and some minerals (zinc; magnesium; selenium).
 
7. MA Landgreme and AR Landgrebe, Celiac autism: calcium studies and their relationship to celiac disease in autistic patients, The Autistic Syndromes, Amsterdam: North Holland; New York; Elsevier, pp. 197-205
 
8. Alberti A, Pirrone P, Elia M, Waring RH, Romano C Sulphation deficit in “low-functioning” autistic children: a pilot study. Biol Psychiatry 1999 Aug 1;46(3):420-4.
 
9. Horvath K, Papadimitriou JC, Rabsztyn A, Drachenberg C, Tildon JT. Gastrointestinal Abnormalities in Children with Autistic Disorder. J Pediatr. 1999 Nov;135(5):559-63.
 
10. MacFabe, et al., Neurobiological effects of intraventricular propionic acid in rats: Possible role of short chain fatty acids on the pathogenesis and characteristics of autism spectrum disorders. Behavioural Brain Research. 176 (2007) 149–169
 
11. McCann D, Barrett A, Cooper A, Crumpler D, Dalen L, Grimshaw K, Kitchin E, Lok K, Porteous L, Prince E, Sonuga-Barke E, O Warner J, Stevenson J. “Food additives and hyperactive behaviour in 3-year-old and 8/9-year-old children in the community: a randomised, double-blinded, placebo-controlled trial.” Lancel. Published Online, September 6, 2007. DOI:10.1016/S0140-6736(07)61306-3.
 
Fiz exames de alergia no meu filho e não constou nenhuma alergia a trigo ou glúten, a leite ou caseína. Também fiz exame de peptídeos opóides e o resultado foi negativo. Por que devo fazer a dieta?
 
R - Efeito alérgico é uma coisa, efeito tóxico é outra. Uma dieta para autistas começou a ser indicada por efeito tóxico provocado por peptídeos opióides. Há que se levar em conta resultados de exames IgE (alergia feitos no sangue e na pele), IgGs (intolerância e este ainda é mandado para fora do país) e de peptídeos opióides (sensibilidade). Mesmo estes exames não apresentando qualquer alteração a glúten ou caseína, há outros motivos para a criança se beneficiar da dieta, todos acredito que bem descritos no meu livro.
 
 A que se considerar que recentemente descobriu-se que 2/3 de pacientes analisados em uma pesquisa, apresentavam biomarcadores de intolerância ao glúten somente detectados nas células do intestino por uma biópsia, sem apresentar estes marcadores no sangue.
 
Há de se analisar marcadores inflamatórios e glúten e leite são alimentos pró-inflamatórios.
 
- Glúten e leite agravam a situação com fungos e bactérias;
- Glúten interage com a zonulina, uma proteína encarregada de manter a integridade da mucosa intestinal proporcionando inflamação e enfraquecimento da mesma.

 
Mesmo que não tenha dado alergia a glúten e leite (caseína) é importante a retirada total destes alimentos 1º para ajudar a recuperar o intestino.
 
Tenho visto inúmeras nutricionistas funcionais que retiram o glúten e o leite em várias situações de enfermidade que não tem nada a ver com alergia.
 
O objetivo é recuperar o intestino, aumentar a imunidade e proporcionar um funcionamento mais adequado dos sistemas metabólicos.
 
Na palestra de Araucária conheci uma mãe que tem uma filha hoje adulta. Foi conversar comigo para contar seu caso. A filha na infância (nada a ver com autismo) foi diagnosticada com vitiligo. Nas suas pesquisas sobre a doença, foi parar a cerca de 20 anos atrás em Cuba. Sua filha foi tratada somente com reeducação alimentar, dieta do jeito que palestrei. Está curada.
 
 Vitiligo é uma doença auto-imune, assim como muitos acham que o autismo também é. E cuidar do intestino em doenças auto-imunes tem se mostrado de fundamental importância.
 
Como manter o lado social das crianças como festas e comemorações fazendo dieta? Tudo o que tem nestes lugares tem leite ou trigo!
 
R - Nas festinhas, eventos sociais e outras situações, geralmente as famílias que conheço alimentam a criança antes da festa e levam uma marmitinha com coisinhas que elas podem comer sempre com sobra para outro amiguinho que se mostre interessado em fazer companhia.
 
 Crianças típicas ou não, não se ligam muito na comida da festa, o que elas querem mesmo é aproveitar a oportunidade.
 
Repito que com determinação, informação, apoio para dúvidas e com o tempo, todos aprendem a lidar com tudo isso.
 
A escola de meu filho está sempre boicotando a dieta. Vira e mexe me dizem que ele pegou ou alguém deu um pedacinho de alguma coisa. O que eu faço?
 
R - É importante ter comprometimento e parceria da escola. Isto só se consegue a partir de informação e conhecimento. O cuidador precisa transmitir atitude, conhecimento do tema e firmeza absoluta nos seus atos. Nesta cartilha você encontrará um excelente material de apoio para a conscientização e utilização na escola:
 
O que eu posso mandar para a merenda escolar?
 
R - Lanches:

- Todas as frutas;
- Sucos de todos os tipos, inclusive com legumes ou verduras dentro;
- Água de coco;
- Refrigerantes naturais feitos de algum suco ralinho misturado a água com gás; hehehe
- Bolos e muffins de todos os tipos SGSC;
- Biscoitinhos sem glúten;
- Biscoitos de polvilho;
- Pipocas e pipoca de canjica;
- Iogurtes de soja da Batavo, tem em copinho e garrafinha e podem ser misturados com flocos de quinua ou granola sem glúten que você encontra em algumas casas de produtos naturais;
- Batatinha rufles natural;
- Skinny ou fandangos natural. A Vitao tem uma linha vendida em lojas de produtos naturais.

 
Os lanchinhos com pão sem glúten não são uma boa idéia. Pães sem glúten são diferentes dos que estamos acostumados e ficam saborosos quando são torrados ou esquentados na hora. Mesmo que a escola tenha oportunidade para fazer isso, continua não sendo uma boa idéia, pois a chapa ou torradeira pode estar contaminada com partículas de glúten do pão de outras crianças.

Vocês tem muitas opções no livro e no blog, então mãos a obra!!

 
Mas a escola do meu filho fornece a merenda igual para todos, o que eu faço?
 
R - Você vai ter que enviar o lanche ou a comida especial de seu filho. Peça o planejamento semanal da merenda e envie uma opção igual, mas que ele possa comer. Por exemplo: se a comida de um dia for macarrão com carne moída, envie uma marmita de macarrão sem glúten com carne moída.
 
Se a sua dúvida ainda permanece, não foi respondida, mande sua pergunta para: 

autismoemfoco@gmail.com

Um comentário:

  1. Bom dia, gostaria de fazer um convite pra você participar do no nosso canal do youtube, II ciclo formativo em Autismo para professores da rede estadual
    enviei um email para autismoemfoco@gmail.com

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